Em abril de 2024, o volume de vendas do comércio varejista no Brasil cresceu 0,9% em comparação com março, marcando o quarto mês consecutivo de variações positivas. Este crescimento reflete um desempenho robusto do setor, que tem se mostrado resiliente em meio aos desafios econômicos. Neste post, analisaremos detalhadamente os dados divulgados pelo IBGE, destacando os setores que impulsionaram esse crescimento e as variações regionais.
Crescimento do Varejo em Abril/24
Desempenho por Segmento
O aumento de 0,9% no volume de vendas do comércio varejista em abril de 2024 foi impulsionado por cinco das oito atividades pesquisadas. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação lideraram o crescimento com uma alta de 14,2%, seguidos por móveis e eletrodomésticos (2,4%), combustíveis e lubrificantes (2,2%), hiper e supermercados (1,5%), e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,6%).
Esses números refletem uma recuperação significativa em setores-chave, sugerindo uma demanda crescente por produtos eletrônicos e de tecnologia, além de uma estabilização nos preços dos combustíveis. A alta nos supermercados indica uma melhora no consumo de produtos alimentícios e bebidas, que são essenciais no dia a dia dos brasileiros.

Variações Sazonais e Comparações Anuais
Comparando abril de 2024 com o mesmo mês do ano anterior, o comércio varejista subiu 2,2%, mantendo-se no campo positivo pelo 11º mês consecutivo. O acumulado no ano chegou a 4,9%, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2,7%. Esses dados indicam uma recuperação consistente do setor varejista, que tem mostrado resiliência mesmo diante de desafios econômicos.
A média móvel trimestral também apresentou uma variação positiva de 0,7% no trimestre encerrado em abril, refletindo um crescimento estável e sustentado. Este desempenho é particularmente relevante em um contexto de inflação moderada e ajustes sazonais, que consideram fatores como feriados e variações climáticas que afetam o consumo.
Análise do Varejo Ampliado
Setores com Maior Crescimento
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 1,0% na série com ajuste sazonal. No entanto, na comparação anual, o varejo ampliado cresceu 4,9%, com destaques para veículos e motos, partes e peças (28,8%) e material de construção (16,3%).
Esses setores mostraram um desempenho excepcional, refletindo uma recuperação da demanda por veículos e uma retomada das atividades de construção. Esses aumentos indicam uma confiança crescente dos consumidores e empresas em realizar investimentos de maior valor, impulsionando a economia de forma mais ampla.

Setores com Queda no Desempenho
Por outro lado, alguns setores apresentaram desempenho negativo. Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou uma queda de 13,0% em abril de 2024 em comparação com abril de 2023. Este setor tem enfrentado desafios devido a mudanças nos padrões de consumo e pressões inflacionárias que afetam os preços dos alimentos e bebidas.
Além disso, setores como livros, jornais, revistas e papelaria (-0,4%) e tecidos, vestuário e calçados (-0,7%) também tiveram variações negativas na comparação mensal. Esses resultados refletem a contínua transformação dos hábitos de consumo, com uma crescente preferência por mídias digitais e mudanças nas tendências de moda e vestuário.

Impacto Regional
O crescimento do varejo em abril de 2024 foi observado em 18 das 27 unidades da federação na série com ajuste sazonal. Rondônia (5,1%), Roraima (4,5%) e Amapá (3,7%) lideraram os aumentos, destacando um desempenho forte nas regiões Norte e Centro-Oeste. Por outro lado, Maranhão (-1,4%), Bahia (-1,2%) e Paraíba (-1,1%) registraram quedas, refletindo desafios econômicos específicos dessas regiões.
Essas variações regionais mostram a diversidade do mercado brasileiro e a importância de políticas econômicas adaptadas às necessidades locais. O desempenho positivo em várias regiões indica uma recuperação econômica mais ampla, enquanto as quedas em outras áreas sugerem a necessidade de medidas adicionais para estimular o crescimento.
Perspectivas Futuras
As perspectivas para o comércio varejista em 2024 permanecem positivas, com expectativas de continuidade no crescimento moderado. O aumento consistente das vendas e a recuperação de setores-chave sugerem que a economia está no caminho da recuperação. No entanto, é essencial monitorar de perto os fatores econômicos globais e internos, como inflação, taxa de juros e políticas governamentais, que podem impactar o setor.
A adaptação contínua às mudanças nos hábitos de consumo e o investimento em tecnologia e inovação serão fundamentais para sustentar o crescimento no varejo. Empresas que conseguirem alinhar suas estratégias às novas demandas dos consumidores estarão melhor posicionadas para prosperar em um ambiente econômico dinâmico.
O crescimento de 0,9% nas vendas do comércio varejista em abril de 2024 reflete uma recuperação sólida e consistente do setor. Com destaque para os segmentos de tecnologia, móveis, e supermercados, o varejo brasileiro mostra resiliência e capacidade de adaptação. As variações regionais e os desafios enfrentados por alguns setores indicam a necessidade de políticas econômicas direcionadas para sustentar essa trajetória positiva e assegurar um crescimento equilibrado em todo o país.
FAQ
O que é o varejo no Brasil?
O varejo no Brasil refere-se à atividade comercial que envolve a venda de bens e serviços diretamente aos consumidores finais. Esse setor é composto por uma vasta gama de estabelecimentos, desde pequenos comércios locais até grandes redes de supermercados, lojas de departamentos, e-commerce, entre outros. O varejo é um componente crucial da economia brasileira, pois emprega milhões de pessoas e atende às necessidades diárias da população.
Qual o tamanho do varejo no Brasil?
O setor varejista no Brasil é um dos maiores da economia nacional, representando uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB). Em termos de receita, o varejo movimenta centenas de bilhões de reais anualmente. Além disso, o setor emprega uma vasta força de trabalho, sendo um dos principais empregadores do país. A abrangência do varejo é vasta, cobrindo desde alimentos e vestuário até eletroeletrônicos e materiais de construção.
Como está o mercado de varejo no Brasil?
Atualmente, o mercado de varejo no Brasil mostra sinais de recuperação e crescimento contínuo. Em abril de 2024, o volume de vendas do comércio varejista cresceu 0,9% em relação ao mês anterior, marcando o quarto mês consecutivo de alta. Este desempenho reflete uma recuperação pós-pandemia e uma adaptação às novas demandas dos consumidores, com destaque para setores como tecnologia, móveis e eletrodomésticos, e supermercados. No entanto, desafios como a inflação e a volatilidade econômica ainda são fatores a serem monitorados.
Quais são os indicadores de varejo?
Os principais indicadores de varejo incluem o volume de vendas, a receita nominal de vendas, e as variações percentuais mês a mês, acumuladas no ano e nos últimos 12 meses. Esses indicadores são medidos pelo IBGE através da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), que acompanha a evolução do comércio varejista e ampliado, analisando diversos segmentos como supermercados, vestuário, combustíveis, móveis, eletrodomésticos e veículos. Além disso, indicadores regionais ajudam a compreender o desempenho do varejo em diferentes partes do país.