O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) é um importante termômetro da economia brasileira, medindo a variação de preços desde matérias-primas até produtos finais. Publicado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IGP-10 serve como um indicador vital para empresários, investidores e formuladores de políticas. Em junho de 2024, o índice apresentou uma variação de 0,83%, refletindo as dinâmicas de diversos setores da economia. Este post visa analisar em detalhes os números apresentados, suas causas e implicações.
Análise Geral do IGP-10 de Junho/2024
Em junho de 2024, o IGP-10 registrou um aumento de 0,83%, abaixo da alta de 1,08% observada em maio. No acumulado do ano, o índice soma uma alta de 1,18%, enquanto em 12 meses acumula 1,79%. Em comparação com junho de 2023, quando o índice caiu 2,20%, podemos ver uma recuperação significativa na variação anual. A desaceleração em relação ao mês anterior deve-se, principalmente, à diminuição no ritmo de alta dos preços de produtos ao produtor e consumidor.
Os alimentos tiveram um papel crucial nessa variação, com destaque para a batata-inglesa, carne bovina e leite in natura. Estes produtos influenciaram diretamente o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), antecipando os impactos que chegarão ao consumidor final. Além disso, preços monitorados, como taxa de água e esgoto e gasolina, também tiveram papel importante na composição do índice.

Desempenho dos Subíndices
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços recebidos pelos produtores, subiu 0,88% em junho, uma desaceleração em comparação com a alta de 1,34% em maio. Entre os estágios de processamento, os Bens Finais inverteram a tendência de queda do mês anterior, passando de -0,18% para 1,09%. Isso foi impulsionado principalmente pelos alimentos in natura, cuja taxa variou de -5,98% para 3,30%. Por outro lado, os Bens Intermediários registraram uma leve queda de 0,91% em maio para 0,77% em junho, impactados pela queda nos preços de combustíveis e lubrificantes.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que reflete a variação dos preços de bens e serviços para os consumidores, subiu 0,54% em junho, comparado com 0,39% em maio. Quatro das oito classes de despesa apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para Alimentação, que saltou de 0,53% para 0,97%. Educação, Leitura e Recreação, Habitação e Despesas Diversas também mostraram crescimento significativo.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou variação de 1,06% em junho, acima da taxa de 0,53% registrada em maio. O aumento foi impulsionado pelo grupo Mão de Obra, que passou de 0,92% para 1,96% no período. Em contraste, os grupos de Materiais e Equipamentos e Serviços tiveram aumentos mais modestos.
Influências Positivas e Negativas
Os itens que mais influenciaram positivamente o IPA em junho foram a batata-inglesa, com alta de 40,30%, e o leite in natura, que subiu 2,71%. Outros destaques incluem a soja em grão e o farelo de soja, ambos com variações significativas. Por outro lado, produtos como a mandioca, que caiu 7,21%, e a laranja, com queda de 6,17%, puxaram o índice para baixo.
No IPC, a batata-inglesa novamente se destacou, subindo 26,29%, seguida pelo leite tipo longa vida, que aumentou 7,14%. A taxa de água e esgoto residencial e a gasolina também foram influências positivas. Em contrapartida, itens como a banana-prata, que caiu 11,05%, e a tarifa de ônibus urbano, que diminuiu 0,61%, foram destaques negativos.
O INCC foi majoritariamente influenciado pelo aumento nos preços de pedreiros e armadores, além de blocos de concreto e carpinteiros. Contudo, itens como vergalhões e arames de aço ao carbono e tubos e conexões de PVC registraram quedas, o que contribuiu para atenuar a alta do índice.
Implicações Econômicas
O aumento do IGP-10 de junho reflete pressões inflacionárias que podem impactar o mercado e a economia como um todo. A alta nos preços dos alimentos e combustíveis tende a afetar o custo de vida dos consumidores, enquanto as variações nos preços ao produtor podem influenciar os custos de produção das empresas. A desaceleração do índice, no entanto, sugere que as medidas de controle da inflação podem estar surtindo efeito.
Para os próximos meses, espera-se que o índice continue a refletir as dinâmicas do mercado de commodities e o comportamento dos preços administrados. As perspectivas econômicas dependerão também de fatores externos, como a política monetária global e as condições climáticas que afetam a produção agrícola.
Em suma, o IGP-10 de junho de 2024 nos oferece uma visão detalhada das pressões de preços na economia brasileira, destacando a importância de monitorar os diversos componentes do índice para compreender as tendências inflacionárias e suas possíveis repercussões no mercado.
FAQ
O que é o índice IGP-10?
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) é um indicador calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele mede a variação dos preços desde matérias-primas até produtos finais, cobrindo uma ampla gama de setores da economia. O IGP-10 é obtido a partir de preços coletados entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês de referência, oferecendo uma visão abrangente das pressões inflacionárias e das tendências de preços no mercado brasileiro.
O que é o índice IGP-M?
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é amplamente utilizado no Brasil como referência para reajustes de contratos, como aluguéis e tarifas de serviços públicos. Ele mede a variação de preços em três componentes: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês atual.
Qual o valor do IGPM dos últimos 24 meses?
Para acessar os valores específicos do IGP-M nos últimos 24 meses, você pode consultar a Fundação Getúlio Vargas (FGV) ou bases de dados financeiras que disponibilizam essa informação de forma atualizada. O IGP-M varia mensalmente e seu acompanhamento é essencial para entender as tendências de preços e inflação no Brasil.