Em linha com os dados divulgados pelo PMI, os dados de emprego para o mês de abril, divulgados nesta semana, seguem a tendência positiva. O setor de serviços permanece sendo o grande responsável pelo bom desempenho dos dados de emprego no Brasil.
Enquanto a mediana das expectativas do mercado aguardava 7,7% de desemprego, o IBGE divulgou 7,5% na última quarta-feira, muito abaixo do que o mercado esperava.

O Ministério do Trabalho divulgou os dados do CAGED para abril deste ano. Segundo o órgão, o saldo positivo entre admissões e demissões é de 240 mil vagas formais, 30 mil acima da expectativa do mercado.

Desde o início do ano, o Brasil gerou mais de 958 mil empregos formais, destes, o setor de serviços corresponde a 556,6 mil, ou 58% de todos os empregos gerados com carteira assinada. Impressiona a importância do setor. Hoje, o bom resultado do cenário brasileiro tem uma correlação muito forte com a dinâmica do setor de serviços.
Ainda assim, temos sinalizações de perigo no radar. Segundo o SERASA, os pedidos de recuperação judicial do setor de serviços avançam perigosamente. O recorde de pedidos de RJ para o setor havia sido em setembro de 2016, 748 pedidos no acumulado de 12 meses. Em abril, este número alcançou 762.

Nos encontramos diante de dados conflitantes. Este súbito aumento no volume de requisições de recuperações judiciais é um indício de pedido de socorro. O acumulado de 12 meses mostra uma tendência clara de aumento de dificuldade. Esta dificuldade pode ter várias causas, uma delas, certamente passa pelo custo do crédito. Os empréstimos realizados durante a pandemia continuam vigentes. O setor de serviços sofreu brutalmente durante aquele período. A pandemia pode ter sido contida, porém, em relação aos efeitos financeiros, a COVID ainda não acabou.